sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Caminhos Separados

"Éramos duas almas condenadas a viverem perto uma da outra. E por mais que tentássemos nos separar, nossos caminhos sempre se cruzavam em algum ponto. Não sabíamos se era destino, carma ou regressão de vidas passadas. Mas depois de um tempo deixamos de tentar entender o que era mais que natural: não sabíamos viver um sem o outro. Éramos como dois peixes num pequeno aquário, dando infinitas voltas num mundo tão pequeno e tão nosso. 
Certa vez sonhei que era tirado para sempre da sua presença e acordei atordoado sem ar como um peixe fora d’água. Respirei aliviado quando te vi ali, serenamente dormindo ao meu lado. Foi aí que percebi que era dependente de tudo aquilo que eu insistia em negar: a sua presença. Tentei preenche-la com tantas outras coisas, mas foi inútil. Só sua simples presença fazia aquele abismo ser completo. Estamos condenados a isso: viver nesse mundo pequeno e transparente que é tão nosso e quem sem nós não faria sentido em existir."

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ândrocles e o Leão

Há muitos séculos vivia em Roma um pobre escravo que se chamava Ândrocles. Seu amo era um homem cruel e o tratava tão mal que um dia  ele fugiu. 

 Ândrocles escondeu-se na selva durante muitos dias. Nada encontrava para comer, entretanto, e ficou tão fraco que pensou que iria morrer. Depois de andar à procura, refugiou-se numa caverna. Deitou-se no chão e adormeceu.

Depois de certo tempo, um leão havia entrado na caverna e rugia alto. Ândrocles ficou petrificado porque achava que a fera o atacaria. Logo se deu conta de que o leão não queria devora-lo e que ele mancava como se tivesse a pata ferida. 

    Ele perdeu o medo. Pegou a pata ferida para ver o que havia. O leão ficou quieto e encostou a cabeça no ombro de Ândrocles. Parecia estar dizendo: " Eu sei que você vai me ajudar."

 O escravo fugitivo ergueu a pata do leão e viu que ali estava encravado um espinho agudo e grande. Pegando a extremidade do espinho, tirou-o com um rápido puxão. O leão ficou aliviado e saltou como um cãozinho, lambendo as mãos e os pés de seu novo amigo. 
    Depois disso, Ândrocles sentiu-se completamente confiante, e quando chegou a noite, ele e o leão dormiram um ao loado do outro. Por muito tempo o leão lhe trazia diariamente o alimento, e os dois chegaram a se tão bons amigos que Ândrocles ficou contente por sua nova vida.  

    Um dia, alguns soldados estavam passando pela selva e encontraram Ândrocles na caverna. Eles sabiam quem era aquele homem e, usando de força, o levaram de volta a Roma. Naquele tempo havia uma lei que dizia que todo escravo que escapasse de seu amo teria que lutar contra um leão faminto. Assim que puseram o leão feroz na jaula e o deixaram sem comer durante certo tempo, fixou-se a data da luta.   

    Quando chegou o dia, milhares de pessoas ajuntaram-se para ver o combate. Ândrocles estava quase morto de medo, porque podia escutar os rugidos do leão fam

into. O escravo agora condenado olhou a multidão, porém não encontrou nenhum gesto de piedade naqueles milhares de rostos. 

    Entra então na arena o predador. Com um simples salto, aproximou-se do pobre escravo. Ândrocles deu um tremendo grito, mas não foi de medo e sim de alegria, porque o leão era seu velho amigo da caverna.

O público que estava esperando ver o leão despedaçar o escravo ficou em silêncio. Viram Ândrocles abraçar o leão, enquanto o grande felino se abaixava e lambia os pés do escravo. A enorme fera esfregava a cabeça contra o rosto dele em carinho. A multidão não entendia nada. 

    Logo estavam pedindo a Ândrocles que explicasse o que estava ocorrendo. Assim que ele se colocou de pé com seus braços envolvendo o pescoço do leão, contou que ele e a fera haviam vivido juntos numa caverna. "Eu sou um homem", disse, "porém, nunca ninguém me protegeu. Esse leão tem sido bondoso comigo e nos queremos como irmãos." 

    O povo não queira ser cruel com o pobre escravo. Começaram a compadecer-se dele. "Que o deixem em liberdade para viver!", gritavam, "que o libertem", seguiam gritando.





terça-feira, 27 de agosto de 2013

Mênades




As Mênades, também conhecidas como Bacantes, Tíades ou Bassáridas, eram fanáticas mulheres seguidoras e adoradoras do culto de Dioniso, conhecidas como selvagens e enlouquecidas porque delas não se conseguia um raciocínio claro. Durante o culto dançavam de uma maneira muito livre e lasciva, em total concordância com as forças mais primitivas da natureza.

Os mistérios que envolviam o deus Dioniso provocavam nelas um estado de êxtase absoluto e elas entregavam-se à desmedida violência, derramamento de sangue, sexo, embriaguez e autoflagelação. Estavam sempre acompanhadas dos sátiros embalados pelos sons dos tamborins dos coribantes, formando uma espécie de trupe que acompanhava o deus do vinho nas suas aventuras. Andavam nuas ou vestidas só com peles, grinaldas de Hera e empunhavam um tirso - um bastão envolto em ramos de videira.

Por onde passavam iam atuando como chamariz na conversão de outras mulheres atraindo-as para a vida lasciva. Evidentemente que o comportamento livre e desregrado delas causava apreensão, senão pânico nos lugarejos e cidades onde o cortejo báquico passava. Quando assaltadas por um furor qualquer, não conheciam limites ao descarregar a sua cólera. O maior divertimento das Mênades ou Bacantes era submeter os homens ao sofrimento, despedaçando-os antes de comê-los enquanto estavam em transe. Por isso, obrigavam-se a procurar refúgio no alto das montanhas, onde podiam exercer sua estranha liturgia sem a presença de olhares de censura ou reprovação.








Dríades e Hamadríades

Dríades ou Dríadas, na mitologia grega, eram Ninfas associadas aos Carvalhos. De acordo com uma antiga lenda, cada dríade nascia junto com uma determinada árvore, da qual ela exalava. A dríade vivia na árvore ou próxima a ela. Quando a sua árvore era cortada ou morta, a divindade também morria. Os deuses frequentemente puniam quem destruía uma árvore. A palavra Dríade era também usada num sentido geral para as ninfas que viviam na floresta.

As ninfas de outras árvores são chamadas de Hamadríade.

Estes seres do ar estão ligados aos espíritos da natureza, especificamente às árvores, onde fazem a sua morada permanecendo ligados desde o nascimento até a morte. Na sua forma natural, irradiam um amarelo-esverdeado, podendo ser percebidos pelo homem, por sua luz delicada e um brilho levemente cintilante.