segunda-feira, 26 de maio de 2014

'Trem Noturno Para Lisboa'



          
Jeremy Irons no papel de Raimund Gregorius, é um solitário senhor suíço que leciona aulas de latim para o Ensino Médio, divorciado, o professor passa por momentos de profunda introspecção. Em um dia chuvoso, conhece uma moça portuguesa de uma maneira um tanto quanto inusitada, quando esta tenta dar cabe de sua vida pulando de uma ponte que fica a caminho da escola onde Raimund trabalha. 

Após esse encontro ele fica com um sobretudo vermelho da moça, em um dos bolsos está um livro ('Um Ourives das Palavras' de Amadeu do Prado) e uma passagem de trem para Lisboa, a partir desse momento esse senhor de vida pacata e solitária parte em busca de um mundo desconhecido e de uma vida almejada por si próprio, se vê participante de uma história de paixão, ódio e revolução, preenchendo assim totalmente sua existência até então vazia e sem sentido.


           O filme é baseado no livro de mesmo nome, escrito por Peter Bieri.



           Aclamado por muitos, odiado por outros o filme segue nas telonas do mundo inteiro, gerando amor e ódio, mas considero que vale uma ida ao cinema.

Trailer


segunda-feira, 19 de maio de 2014

'A Grande Beleza'

"Você não precisa levar nada a sério. exceto o menu, claro."
                                                                          Jep Gambardella 

                           Quem é Jep Gambardella?


Protagonista do filme 'A Grande Beleza' (do italiano: La grande bellezza), Jep Gambardella (Tony Servillo) é um escritor de 65 anos de idade, além de jornalista, membro da alta sociedade romana que entre suas festas e taças de vinho com amigos, sente necessidade de filosofar e consequentemente continuar suas obras literárias abandonadas desde a criação de 'O Aparato Mundando'. A personagem se utiliza de festas, sexo, conversas fúteis com seus amigos dentre eles uma editora, dono de uma boate, entre outros, para tentar preencher sua vida fútil e frívola, apresentando um olhar ora vazio e distante, ora espantado, Jep faz passeios rotineiros pela capital italiana, porém sem destino tal como sua vida, podendo ser destacados os momentos nos quais sonha com os olhos abertos quando se encontra deitado sobre sua cama a olhar o teto branco que segundo sua imaginação se transforma o mar, o que lhe remete à sua juventude, em uma dessas reflexões mastiga essas palavras: 

“Eu não posso perder mais nem um minuto fazendo coisas que não quero fazer”.

A partir desse momento Jep parte em uma jornada interna na busca pela sua própria identidade, desejando ardentemente escrever um novo livro, Jep se lembra constantemente de uma de suas namoradas o que o marca de maneira profunda, fazendo com que se sinta frágil e pequeno.

Opinião dos Críticos:

Conforme ocorre com a maioria dos filmes de Arte, 'A Grande Beleza' foi recebido com 'pedradas', segundo Marcelo Janot:
‘A Grande Beleza’ “funciona muito bem em dois níveis: como uma crônica da solidão de um homem que não consegue encontrar seu lugar no mundo que o cerca, tema recorrente na obra de Sorrentino, e a observação ácida e crítica desse mundo, que é a Roma contemporânea”. Janot ainda critica Sorrentino comparando-o com Federico Fellini, diretor do filme ‘A Doce Vida’: “Se o diretor teve a pretensão de tentar chegar aos pés de Fellini recorrendo ao onírico e ao mundano colocando em cena uma girafa de circo, flamingos ou a ex-musa Serena Grandi como uma espécie de Saraghina cheiradora, são momentos que não conseguem atingir uma beleza que ultrapasse o artificialismo da mera plasticidade. (…) não há em Sorrentino um pingo da genialidade de Fellini”, diz.
Segundo Thales de Menezes: 
Vale a pena assitir o filme novamente no semana (concordo!). 
“É apropriada a comparação com o Antonioni de “A Noite” e, principalmente, o Fellini de “A Doce Vida”. A jornada hedonista de Jep Gambardella, escritor de um único e elogiado livro e repórter cínico de revista esnobe, poderia ser protagonizada por um Marcello Mastroianni (1924-1996). Mas Toni Servillo, ator de 54 anos interpretando alguém de 65, é uma das razões do sucesso do longa. Acompanhá-lo em seu balanço da vida mundana fascina, mas a empatia do público com ele pode ofuscar uma segunda e importante leitura do filme”, escreve o crítico. “É possível isolar os episódios em que Gambardella assiste a performances de artistas “modernos” e os entrevista. O que se vê é uma sucessão de embates entre a ironia inteligente do escritor e o vazio de simulacros de arte”, finaliza.

Prêmios:

  • European Film Awards de 2013 - categorias: filme, diretor (Paolo Sorrentino) e ator (Tony Servillo). 
  • Oscar - Melhor Filme Estrangeiro - Paolo Sorrentino
  • Globo de Ouro - Melhor Filme Estrangeiro - Paolo Sorrentino
  • Silver Ribbon Awards - Melhor Ator Coadjuvante - Carlo Verdone
  • Silver Ribbon Awards - Melhor Atriz Coadjuvante - Sabrina Ferilli
  • Silver Ribbon Awards - Melhor Fotografia - Luca Bigazzi
  • Melhor Som - Emanuele Cecere
  • Globo d'oro - Melhor Fotografia - Luca Bigazzi
  • 34th Boston Society of Film Critics Awards - Melhor Filme Estrangeiro Paolo Sorrentino
  • Prêmios do Cinema Europeu - Melhor Filme - Paolo Sorrentino 
  • Melhor Diretor - Paolo Sorrentino
  • Melhor Ator - Toni Servillo
  • Melhor Editor - Cristiano Travaglioli
  • Hollywood Film Awards - Melhor Filme Internacional - Paolo Sorrentino
  • Melhor Filme Independente - Paolo Sorrentino
  • Melhor Novo Roteiro - Paolo Sorrentino and Umberto Contarello
  • Tallinn Black Nights Film Festival - Grand Prix - Paolo Sorrentino
  • Juri Prix - Luca Bigazzi 

Créditos e Agradecimentos: